Como Nasce um Produto de Investimento de Renda Fixa, como o CDB?
- Nataly Paes
- 12 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Propósito
Quando um banco decide criar um produto como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), o processo começa com a necessidade de captar dinheiro para financiar suas atividades, como concessão de crédito ou projetos internos. Em vez de buscar recursos de outras instituições, o banco opta por captar diretamente com investidores. Assim, o CDB se torna uma alternativa atrativa, onde o investidor empresta dinheiro ao banco e, em troca, recebe uma remuneração na forma de juros.
A primeira etapa é o planejamento do produto. O banco define aspectos como a taxa de juros, que pode ser pré-fixada (valor fixo acordado no início) ou pós-fixada (baseada em um índice como o CDI). Também são definidos o prazo de vencimento, que pode variar de meses a anos, e as condições de liquidez, como resgate diário ou apenas no vencimento. Além disso, o banco decide o montante total que deseja captar com a emissão do CDB.
Toda essa estruturação é feita em conjunto com equipes de produtos financeiros, jurídico, compliance e tesouraria.
Depois de definir os detalhes, o banco registra o CDB em órgãos reguladores para garantir que ele esteja em conformidade com as leis e regulamentos.
O registro é feito na B3, que centraliza a custódia e o rastreamento dos títulos, garantindo segurança e transparência.
O Banco Central também analisa e aprova o produto, assegurando que o banco emissor segue normas de liquidez e risco. Para produtos como debêntures, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) também precisa aprovar a emissão. Ao mesmo tempo, o departamento de compliance verifica que todas as informações fornecidas aos investidores sejam claras e transparentes.
Com o produto aprovado, o banco precisa configurar sua oferta nos sistemas internos e torná-lo acessível aos investidores.
Isso inclui o trabalho técnico de TI para garantir que o CDB esteja listado corretamente nos aplicativos e sites do banco. Além disso, o banco conecta suas APIs com plataformas de investimento de terceiros, como corretoras e fintechs, para que o produto esteja disponível em diversos canais de distribuição.
A instituição também desenvolve materiais informativos e simuladores para ajudar os investidores a entenderem o rendimento, os prazos e as condições do produto.
O CDB, então, é lançado ao mercado e oferecido ao público por meio de canais como o próprio app do banco ou plataformas parceiras, como corretoras. As campanhas de divulgação destacam taxas competitivas ou condições exclusivas para atrair investidores.
Quando um cliente decide investir, o título é registrado digitalmente na conta do investidor e custodiado na B3. Esse registro eletrônico garante a propriedade e permite que o cliente acompanhe o rendimento em tempo real pelo aplicativo ou plataforma utilizada.
Após o prazo de vencimento, o banco devolve o valor investido mais os juros acordados diretamente na conta do cliente.
Esse fluxo é um exemplo típico de como nasce e se desenvolve um produto de renda fixa, e segue padrões semelhantes para outros títulos, como LCIs, LCAs e debêntures, com adaptações específicas dependendo da natureza do título e do emissor.
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